quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

De mão dada

Naquela velha igreja, escondidos no meio do povo crente, deram as mãos e apertaram os dedos, numa fome de amor que os consumia.
No outro dia, ainda o sol não raiava, já estava do outro lado da fronteira.
Por detrás da janela, a sua silhueta feminina recordava essa manhã já longínqua.  O seu Manel tinha sido apanhado pela guarda. Não voltou a fazer contrabando nem a apertar-lhe os dedos na missa do domingo.
Já velhinha, morreu em Tourém. Diz o povo que enlouqueceu de amor.

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