sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O primo rico

Em 1841 o artista pintou a padeirinha saloia, que de Mafra vinha vender o pão a Lisboa.
Na sua tela tudo era perfeito. O burrito, os alforges, o pão e, sobretudo, a saloia padeira.
O artista, contudo, não pintou a vida difícil da padeirinha. Em casa, os filhos à espera que um dos pães não se vendesse.
O artista também não pintou, porque se limitava a pintar o presente, que os filhos, netos, bisnetos, trinetos da padeirinha, continuaram a trabalhar no dia-a-dia para a refeição do dia seguinte.
Para falar verdade, existe um descendente da padeirinha que teve sucesso.
Dizem os primos, que ainda se dedicam ao negócio do pão, que pouco fez na vida. Mas o pouco que fez, fê-lo de forma acertada! Inscreveu-se num daqueles partidos políticos surgidos com o 25 de Abril. E em boa hora o fez. Hoje está rico.

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